No ano de 1974, meus pais tomaram uma decisão que mudaria toda a vida dos meus irmãos, irmãs e naturalmente a minha, saímos de Feira de Santana, cidade onde vivemos durante seis anos, fomos morar na Cidade da Bahia, termo que ouvia muita da minha avo quando se referia a Salvador. Exatamente no dia 17 de janeiro, dentro de uma cabine de caminhão de mudança, cheguei a esta cidade, indo morar a rua Álvaro Adorno, 17, casa hoje onde funciona os Hare Krshna, próximo a ladeira dos Galés. Uma rua pequena e estreita, lá conhecí grandes amigos, como Silvério Fortes Moledo, espanhol de nascimento mas brasileiríssimo de coração, uma pessoa que cativava a quem o conhecia, apelidade de pescocinho devido ao seu tronco curto, além de pés tortos, contavam que ele foi condenado pelos médicos a viver, no máximo, até os 12 anos de idade, com a sua alegria e fé, resistiu ate os 50. Neste mesmo ano, fui matriculado, para cursar a ensino médio, no Colégio Luiz Viana, situado no bairro de Brotas, foram três anos de estudos, brincadeiras, "babas" na quadra e encontro de amigos, com certeza, os melhores anos da minha vida, lá tive o grande prazer de rever Eugênio, grande amigo que conheci em Feira, fumante inveterado e grande apreciador da cerveja, uma pessoa contraditória, superficialmente se mostrava, nas palavras, violento, porém de um grande coração. Neste mesmo período, fiz grandes amizades, Cristina,Heloisa, Cristovão, Bartolomeu, Eziel, Antonio Carlos Sales e meu querido amigo Agnaldo Teixeira, o nosso Guigui, grande companheiro e que sempre admirei, pessoa inteligente, falador de línguas e principalmente de bom gosto musical, através dele conhecí, Ricky Wakemann, Renaissance, Emerson Lake and Palmer e Pink Floyd, além de grandes nomes da MPB. Com esta turma, Eugenio, Sales e Guigui, vivemos grandes aventuras e viagens maravilhosas, principalmente para Sítio Novo, pequena vila, pertencente a cidade de Catu, lá minha família tinha um sítio, onde tivemos momentos de liberdades adolescentes e de convívio de irmãos. Eugenio hoje é um policial, Sales, é funcionário do governo e meu querido Agnaldo, vive distante, no norte do país em Roraima. Todas estas vidas fazem parte das minhas memórias e viverão comigo para sempre, mas mesmo assim sinto falta de tê-los na minha varanda.
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